quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Desculpa, com licença, por favor e obrigada. Palavras mágicas na vida e na educação de um filho. Abusem delas!



Esses dias me peguei em um ato que tem se tornado menos comum pra mim, mas que já me foi bem habitual há uns tempos atrás, antes de conseguir evoluir no papel de mãe.

Sempre soube que não era uma mãe perfeita e sei que morrerei sem conseguir ser, mas isso não me impede de tentar melhorar neste papel todos os dias da minha vida e, principalmente agora, que tenho mais uma menininha a caminho que depende de mim para ser uma pessoa que faça diferença neste mundo onde a maioria pensa somente em si.

Uma atitude que incorporei no processo de educação dos meus filhos foi o ato de pedir desculpas. Percebi que poucas mães usam estas palavras com os filhos. Diga-se de passagem, nem esta nem aquelas palavras mágicas que tanto nos ensinaram quando pequenos, como: com licença, por favor e obrigada. Talvez por acharem que os filhos só têm que obedecer suas ordens, não entendam que tais palavras usadas ao lidar com eles mesmos no dia a dia fazem com que se torne mais fácil ensinar seu uso com outras pessoas. Afinal, se elas são tão importantes no cotidiano social, por que não seriam em casa também?

Meu pai Oscar (gostaria de explicar que tenho dois pais maravilhosos, um que me deu a vida e outro que me ajudou muito a vivê-la, que são respectivamente o Marco Aurélio e o Oscar) quando tentava incessantemente me educar ao comer à mesa, dizia que quando se come direito em casa, sempre vira um hábito, o que torna mais fácil fazer o certo quando se está em um ambiente mais sóbrio que realmente precise do requinte desta educação.

Quando comecei a educar meus filhos, percebi como ele realmente estava certo, mas que o exemplo não deveria ser somente seguido em relação à etiqueta e, sim, em tudo e, especialmente, no uso das palavras mágicas que mencionei anteriormente.

Comecei a usar o pedido de desculpas com meu filho por conta de às vezes perceber que descontava nele o estresse do meu dia, o que pra mim era imperdoável, mas algo que ainda não conseguia controlar. Então, ao me exaltar demais quando meu filho, por exemplo, derramava um copo dágua na mesa, respirava, percebia a grande besteira que eu estava fazendo e chegava humildemente para ele e pedia desculpas por ter passado dos limites, explicando que aquilo não era o certo, que iria tentar melhorar para não acontecer mais. Dizia que o que ele fez poderia ser evitado se ele prestasse mais atenção, mas que mesmo assim eu não deveria ter me exaltado tanto.

O mais importante pra mim nestes eventos, que não são nada agradáveis nem para mim, nem para o meu filho, é que eu sempre consigo me explicar dizendo que não sou perfeita, mas que estou tentando ser a melhor mãe que eu posso pra ele e, no final, depois de tudo exclarecido e de ambos entenderem seus erros, ele sempre chega perto de mim e me dá um abraço forte com um beijo mais que gostoso e diz: “Tudo bem mamãe” Isso me dá mais forças para melhorar como mãe e me dá a certeza de que eu aprendo tanto com ele como ele comigo.

Acredito que quando você vira para o seu filho e assume que errou em qualquer ocasião em que realmente tenha errado, só faz com que ele respeite ainda mais você e tudo o que certamente faz por ele e que nem sempre sai do jeito que imagina. Como disse no começo do texto, não sou uma mãe perfeita e ainda não conheci nenhuma mulher que fosse, mas o que nos torna melhores, não melhores que outras, mas melhores que nós mesmas já fomos, é saber que se errarmos estaremos fazendo isso tentando o nosso melhor e, que se pedirmos desculpas, estamos mostrando que também continuamos aprendendo e isso nos liga muito mais a nossos filhos, fazendo com que eles nos respeitem, nos ouçam, nos obedeçam e nos amem muito mais. Não apenas a simbologia da mãe que toda criança cria, mas a mãe de verdade que você se tornou.

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