sexta-feira, 12 de março de 2010

Amamentação e lactário


No tempo em que minha filha ficou na UTI segui uma rotina de amamentação e lactário que seria dura até para a mais poderosa das Mulheres Maravilha. É claro que eu não fui a única e, nem serei. E é para essa mulheres que dedico este texto.

Todas as mães que se esforçaram, estão se esforçando e ainda irão se esforçar para dar o máximo de leite materno para seus filhos devem se considerar as verdadeiras Mulheres Maravilhas da atualidade, pois voar é fácil, difícil mesmo é produzir, retirar leite na bomba do lactário para as mamadas, nas quais não poderá estar presente, e oferecer o seio o máximo possível no horário em que a UTI se encontra aberta.

A minha rotina, assim como a de muitas mulheres que conheci nessa fase da minha vida era oferecer o seio, beber água, ir ao banheiro, tirar leite no lactário, comer castanhas, me alimentar. Essa série de afazeres se repetiam por muitas vezes durante o dia todo até o fechamento da UTI, às 22:00h.

Era preciso beber muita água para produzir leite suficiente e comer castanhas ou nozes de alguns tipos a fim de aumentar as calorias do meu leite. Tecnicamente descansar também é essencial para aumentar a quantidade de leite produzido, mas na rotina da UTI, isso era quase impossível.
Se você nunca viveu a realidade de um lactário não deve ter idéia de como é desconfortante retirar leite para seu filho numa sala micro, cheia de bombas espalhadas por um corredor estreito produzindo um som bem parecido com o de uma sinfonia irritante que não tem harmonia alguma.

Ao entrar lá, você tem que, primeiramente, retirar a parte de cima da roupa e higienizar mãos, braços e seios para fazer uma extração livre de bactérias que podem ser perigosas para o seu bebê. Depois você entra no tal corredor onde várias mulheres com seus seios expostos retiram leite para seus filhos numa bomba que parece querer arrancar seus bicos fora, enquanto elas discutem a melhor forma de aumentar suas produções de leite, como o uso da alfafa que pareceu ter um ótimo resultado em várias mães.

Realmente o lactário não é o lugar mais agradável do mundo, mas é necessário para que nossos bebês tenham o máximo do nosso leite que é tão importante para eles, principalmente quando resolvem nascer antes do tempo normal esperado e se encontram ainda tão pequenos e frágeis.

Depois dessa fase complicada, tenho até arrepios ao ouvir a palavra lactário, mas dou graças a Deus pela oportunidade de ter tido acesso a um local como esse que cuidasse tão bem do meu leite que, além de calorias, passaram para a minha filha meus anti-corpos, o que leite artificial nenhum faria.

Hoje, tenho certeza de que o lactário é um mal necessário. E, se você terá que passar por ele, tente não ir muito além das suas possibilidades. Por vezes, é melhor permitir que seu filho se alimente, também, com leite artificial para que sua saúde não seja sacrificada numa tentativa exaustiva, que pode ir além das suas possibilidades. Afinal, quando seu filho puder voltar pra casa, ele precisará da mãe dele inteira física e psicologicamente.

Sei que você não gostará de dar menos que 110% quando ele estiver em casa, juntinho de você e longe dos aparelhos e enfermeiras da UTI, então não desperdice forças e viva apenas o que puder viver à distância, para viver o máximo quando estiver ao lado do seu bebê totalmente dependente de você. Ele, com certeza, irá agradecer, nem que seja com um sorriso quase que sem querer. Isso com certeza irá bastar.
Confira ainda uma dica sobre amamentação no meu site Gravidez Absoluta:
http://www.gravidezabsoluta.com.br/saude.php?k=amamentação

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