segunda-feira, 8 de março de 2010

Parto Prematuro e UTI neonatal

Nunca imaginei ter um bebê prematuro, mas o destino me surpreendeu com esta notícia ainda no meio da minha gravidez, o que me deixou um pouco apreensiva, apesar de sempre ter tido a certeza de que tudo daria certo independente da data do parto.

Quando fiz a circlagem, minha médica me avisou que seria muito difícil a minha gravidez ir a termo, o que realmente aconteceu, com a minha filha nascendo de 7 meses. A Ágatha veio ao mundo com exatas 33 semanas e 5 dias, depois de eu ter ficado 46 dias internada sem colocar os pés no chão para conseguir levar minha gravidez o mais longe possível.

No dia 13 de Janeiro a minha bolsa rompeu, o que fez minha médica marcar a cesareana, já que minha filha estava sentada. Entrei no centro cirurgico rezando para ela nascer com mais de 2Kg, respirando bem, forte e saudável, pois isso significava menos tempo de UTI neinatal. Mas o que seria este lugar?

Não imaginava como seria isso tudo, o que passaria por lá, mas também acho, hoje, que ninguém pode imaginar sem ter vivido este ambiente tão peculiar e necessário na vida dos prematuros e de outros bebês que ao nascerem necessitem de cuidados especiais para terem maiores chances de sobrevivência.

Os dias na UTI não foram fáceis, chorava quase que todas as noites e por vezes durante o dia também. No começo chorei de tristeza por não levar minha filha comigo pra casa, mas depois era o cansaço que me tomava o corpo e a mente.

A rotina diária era exaustiva, ficava quase que o dia todo por lá, só ia para casa para almoçar, o que me permitia meia hora de sono, coisa que muitas mães de UTI, por morarem longe, não tinham o privilégio e acabavam sofrendo ainda mais com o cansaço.

Chegava na UTI para dar a mamada das 9:00h e seguia uma rotina de amamentar, tirar leite, beber água, ir ao banheiro, comer, amamentar, tirar leite, beber água, ir ao banheiro, comer, que se seguia pelo dia inteiro até as 22:00h sem parar. Só assim era possível dar o máximo de leite materno para a minha filha, mesmo quando não podia estar lá para amamentá-la, retirando durante o dia para darem a ela durante a noite.

Com os hormônios à flor da pele e a exaustão física e mental beirando ao limite, os problemas que para as pessoas normais seriam simples de assimilar e resolver para nós, mães de UTI, podem se tornar enormes.

Uma vez, saí para comer algo na própria maternidade e avisei que voltaria para a mamada das 21:00h, mas na troca de turno da equipe de enfermagem, a enfermeira a quem havia avisado, se esqueceu de passar adiante o recado e ao chegar me deparei com uma técnica de enfermagem dando mamadeira para a minha filha. Isso foi algo terrível pra mim. Caí em lágrimas. Só uma mãe de UTI sabe como é difícil para nós estar ali o dia inteiro só para garantir o leite materno dos nossos filhos para de repente ver alguém dando leite artificial para eles, estando você tão perto.

Eu realmente nunca poderia imaginar, nem de longe, como seria a vida numa UTI Neonatal. Ainda bem que eu tive que viver essa realidade por pouco tempo, mesmo sendo grata por ele, pois aprendi muito naquele ambiente, com as pessoas que trabalham lá e com outras mães que também tiveram seus filhos internados no mesmo período que a Ágatha.

Aproveito aqui para agradecer a essas pessoas por terem feito tanta diferença na minha vida e na vida da minha filha. Sou muito melhor por causa de vocês.

Confira a matéria sobre parto prematuro no link: http://www.gravidezabsoluta.com.br/saude.php?cod_conteudo=224

2 comentários:

  1. Oi Sabrina imagino como deve ter sido muito difícil, mas nesses casos e em outros que envolvem filhos tiramos forças não se sabe da onde, mas viramos guerreiras e super mulheres imune a cansaços ou depressões...e o principal super otimistas ....Parabéns pela pequena Ágatha que também ja nasceu guerreira ...

    ResponderExcluir
  2. É Sabrina é bem dificil pra todos.... minha sogra teve o lucas em janeiro de 6 meses e meio! Imagina. O pobrezinho ficou na incubadora por quase 2 meses! Ela padeceu com ele lá e a outra filha aos cuidados dos outros e sentindo muita falta dela...
    Mas agora tudo está bem, graças à Deus...

    Parabéns pela Ágatha (amo esse nome)

    ResponderExcluir